Marcus Lauria

Em 2013, tive a
oportunidade de
avaliar a
Trailblazer V6,
modelo do ano,
logo após sua
chegada ao
mercado
nacional. Na
ocasião, o
modelo tinha ar
de novidade,
visto que havia
poucos
circulando pelas
ruas, e seu
conjunto
combinava
agilidade e
conforto, além
de uma ótima
aptidão para o
fora-de-estrada,
mas cobrava um
preço alto para
ser guardada na
garagem, e seu
consumo era um
tanto quanto
voraz, pesado
para o bolso da
maioria dos
assalariados.
Estamos em 2015,
e novamente
estou diante de
uma Trailblazer
V6 branca, e
esta continua
sendo um SUV de
respeito,
grande, parrudo
e pesado, com
amplo espaço
para 7
passageiros ou 5
passageiros e
muita bagagem.
Visualmente,
nada mudou,
exceto o emblema
“V6 SIDI” na
traseira, que
substitui o “V6
VVT”, e indica
que a principal
mudança do
modelo está sob
o imenso capô. O
motor V6 3.6
agora traz
injeção direta
de gasolina,
cujo resultado é
um expressivo
ganho de
potência: 239
para 277 cv. Seu
torque também
aumentou, são
35,7 kgfm @
3.700 rpm, 2,2
kgfm a mais que
o anterior.
Seu
câmbio
automático
sequencial de
seis velocidades
continua o
mesmo, mas
recebeu novo
escalonamento,
de forma a lidar
melhor com a
força extra. Na
prática, a
Trailblazer V6,
que já era
esperta, passa a
acelerar de
forma decidida,
empinando a
dianteira e
engolindo o
asfalto com
rapidez rumo aos
100 km/h. De
acordo com a
Chevrolet, o
0-100 km/h é
feito em 7,6
segundos. Tal
força também é
sentida nas
retomadas, mesmo
com o câmbio não
parecendo ter
pressa em
reduzir marchas.
No interior, a
grande mudança
foi a troca da
forração dos
assentos,
deixando o couro
bege de lado e
adotando um
couro com
tonalidade
marrom, batizada
de “brownstone”,
que dá um ar
mais sóbrio ao
interior. E a
sobriedade
também é
reforçada com os
toques em black
piano no
interior, além
de cores escuras
aonde antes o
bege e o cinza
claro
predominavam no
painel e nos
painéis de
porta.
No mais, tudo
igual antes, com
assentos
confortáveis,
espaço de sobra
e grande nível
de conforto.
A posição de
dirigir é alta,
como era de se
esperar para um
SUV, e não foi
dessa vez que a
Trailblazer
ganhou regulagem
em profundidade
da coluna de
direção. A
visibilidade não
é problema, pois
os retrovisores
são enormes e o
motorista
consegue
enxergar sem
dificuldade
aonde
estão os
(longos) limites
do carro. Para
manobras em
garagens
apertadas,
gráficos no
visor da câmera
de ré mostram
aonde o carro
irá passar
conforme o
volante é
esterçado, e
isso facilita
muito a tarefa
de lidar com os
4,88 m de
comprimento,
1,90 m de
largura e os
2,85 m de
entre-eixos.
De acordo com a
Chevrolet,
houveram
mudanças na
suspensão
dianteira, com
recalibração de
molas e
amortecedores,
além da adoção
de buchas mais
rígidas. Na
prática, ao
circular pela
cidade com o SUV,
ainda sente-se
bastante o carro
chacoalhar, e os
2.104 kg mostram
o tempo todo que
estão por ali,
especialmente
nas frenagens,
que estão longe
de ser
inseguras, mas
demandam algum
tempo de
adaptação. Ainda
em uso urbano, a
Trailblazer
mostra que este
definitivamente
não é o
seu habitat,
demandando
atenção em
estacionamentos
de rua ou
shopping centers,
e mais atenção
ainda ao
trafegar em ruas
estreitas. Em
contrapartida,
sua posição de
dirigir
elevadíssima faz
com
que o motorista
enxergue os
outros carros de
cima,
facilitando a
tarefa de
antecipar
perigos à
frente.
No uso
rodoviário
aparece melhor o
retrabalho da
suspensão, aonde
o carro flui de
forma
confortável e
serena, espec
ialmente em
velocidade de
cruzeiro, aonde
o motor V6
apenas ronrona
quando a sexta
marcha está
engatada. As
melhorias no
revestimento
acústico deram
bons frutos, e
pouco se ouve o
rolamento dos
pneus ou ruídos
aerodinâmicos
até os 120 km/h.
Sua estabilidade
é exemplar, seja
nas retas aonde
o carro se
mantém sempre na
mão, ou nas
curvas, aonde a
carroceria
inclina um
pouco, mas sem
sequer arranhar
os limites do
SUV ou incomodar
o controle de
estabilidade.
Seu desempenho
merece aplausos,
e os freios a
disco ventilado
nas quatro rodas
cumprem bem seu
papel em
frenagens de
emergência.
Quanto ao bolso
do comprador, é
aí que a
Trailblazer
continua
deixando a
desejar,
especialmente no
consumo.
Fechamos o teste
com médias de
5,4 km/l de
gasolina na
cidade e 10,5
km/l na estrada,
mas em condições
de
engarrafamento
cruel (algo bem
comum no RJ), o
mostrador do
computador de
bordo chega a
mostrar 1,7
km/l, algo que
deveria ser
censurado para
não horrorizar
os mais
sensíveis. Ainda
que aqueles que
assinam um
cheque de R$
147.490 pela
Trailblazer
possam não estar
assim tão
preocupados com
os altos preços
da gasolina
brasileira, faz
bem maneirar um
pouco no consumo
de suco de
dinossauro.
Focas e pinguins
agradecem.
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